No dia 11 de fevereiro, seis pesquisadoras do Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas) e três familiares subiram a serra para participar da campanha Suba a Serra Brincando, dessa vez em Nova Friburgo. Os funcionários da instituição contribuíram financeiramente para compra de materiais que foram usados nas atividades e com doações de livros e outros materiais.
Estivemos em quatro abrigos da cidade, dois deles já desativados, levando brinquedos, livros e materiais para atividades e brincadeiras como papel, lápis de cor, cola e miçangas. No abrigo do Laboratório da Prainha, em Campo do Coelho, desenvolvemos atividades junto com as cerca de 25 crianças que estavam no local e ouvimos relatos de adultos, jovens e crianças sobre a tragédia e as possibilidades de reconstrução da Região. A Prainha foi um dos bairros mais atingidos e as famílias que ainda têm suas casas voltam ao abrigo sempre que há ameaça de chuvas. Como as aulas ainda não começaram, muitas crianças que não estão morando no local, passam o dia por lá junto com seus parentes. Fomos muito bem acolhidos por todos, sobretudo pelas crianças, e passamos uma tarde agradável com eles(as): ouvindo músicas infantis levadas por nós, jogando, desenhando e fazendo colares, pulseiras e anéis de miçangas. A seguir algumas impressões do grupo que fez parte das atividades nesse dia:
"As crianças assim como os adultos não se cansam de relatar fatos vivenciados no dia da tragédia. É visível o abalo sofrido por essas pessoas. Quanto a isso como nos sentimos impotentes! Como ajudar toda uma população a se sentir novamente parte ativa e produtiva de sua localidade?" Nahyda Franca, coordenadora do Ibase
“Senti de alguma forma em todos os rostos a tristeza, tanto nas crianças quanto nos adultos. Na conversa com os adultos, os relatos de perdas de vidas, de familiares, de vizinhos, de casas, de móveis, de objetos pessoais e a impotência diante daquela situação. Pude perceber ainda o medo latente de que a situação venha a se repetir.”, Rozi Bilo, pesquisadora do Ibase
"O trabalho foi muito bom e foi bom principalmente pela receptividade das crianças, que estavam alegres, agitadas e com uma disponibilidade incrível. Eu me senti receosa antes de encontrar com elas, mas a atitude delas nos tranquilizou e tivemos uma tarde de muitas brincadeiras.”, Marina Ribeiro, pesquisadora do Ibase
“Fiquei muito impressionada com a disponibilidade e a afetuosidade das crianças que se envolveram com as brincadeiras propostas e se concentraram na criação de peças de miçangas, atividade melhor aceita pelo grupo. Ficou a impressão de que ainda falta muita coisa: o pedido de brinquedo, livro e material escolar feito por algumas delas deixou entrever as necessidades do grupo, mas também um apelo pelo resgate de seu cotidiano que, espero, a volta às aulas ajude a começar a restabelecer”. Patrícia Lânes, pesquisadora do Ibase
“É muito bom poder compartilhar momentos felizes com crianças que passam por um momento difícil. O sorriso e o carinho delas mostra a força da esperança. E mostra para nós que é essencial se engajar nas lutas que garantam o direito delas, suas famílias e tantas outras pessoas que estão vulneráveis às tragédias causadas pelas chuvas.” Eugênia Motta, pesquisadora do Ibase
"Fiquei bastante impressionada com a disponibilidade com que as crianças nos receberam. Chegamos com o intuito de promover algumas horas de recreação com as crianças e adolescentes nos abrigos, sem ter ao certo quais situações encontraríamos.
Nos deparamos com uma cidade e os evidentes sinais da desordem ocasionada há um mês e nos abrigos com crianças abertas a receber atenção e carinho. As atividades com elas foram acontecendo de uma forma muito gostosa, divertida e tranquila e misturou um pouco de tudo que levamos. Depois coube à nós refletir um pouco, em grupo ou individualmente, sobre o amanhã dessas crianças e de suas famílias e na continuidade de nossos trabalhos com vistas a auxiliar em sua possível reconstrução." Ana Claudia Santos, pesquisadora de projeto Ibase-Abrandh
Nos deparamos com uma cidade e os evidentes sinais da desordem ocasionada há um mês e nos abrigos com crianças abertas a receber atenção e carinho. As atividades com elas foram acontecendo de uma forma muito gostosa, divertida e tranquila e misturou um pouco de tudo que levamos. Depois coube à nós refletir um pouco, em grupo ou individualmente, sobre o amanhã dessas crianças e de suas famílias e na continuidade de nossos trabalhos com vistas a auxiliar em sua possível reconstrução." Ana Claudia Santos, pesquisadora de projeto Ibase-Abrandh
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