segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Suba a Serra Brincando soma esforços com SOS Comunidade/UFF


A Campanha Suba a Serra Brincando está participando do SOS Comunidade da Pró-Reitoria de Extensão da UFF que coordena os esforços da universidade para ajudar a Região Serrana do Rio de Janeiro atingida pelas chuvas de janeiro. Além de donativos de primeira necessidade (materiais de primeiros socorros; fraldas infantis e geriátricas) o posto de arrecadação do SOS Comunidade, localizado no hall da Reitoria, passará a receber donativos indicados pela Campanha Suba a Serra Brincando:

Brinquedos para diversas idades e em bom estado de conservação; •Livros infanto-juvenis; •Massa de modelar; •Giz de cera; •Lápis de cor; •Hidrocor; •Cartolina; •Papel para desenho; •Papel dobradura; •Cola; •Cola colorida; •Balão de encher; •Tinta facial; •Tesoura.

Os donativos serão recolhidos semanalmente pela campanha Suba a Serra Brincando e enviados pelos recreadores voluntários diretamente para os abrigos de Teresópolis, inicialmente. Numa segunda fase da campanha pretende-se trabalhar também com os abrigos de Nova Friburgo e Petrópolis.

A entrega de donativos pode ser feita de segunda a sexta, das 9h às 18h, no saguão da reitoria da UFF, Rua Miguel de Frias, nº 9

Uma experiência empolgante


Sou Auri, e estive com Inês nesse belo encontro pela Serra. Fui apreensiva, fato. Medo do que ver e do que encontrar por lá. E cheguei fascinada. Povo atencioso, crianças carentes de atenção e carinho. E nós com muita disposição para ajudar. A manhã foi divertidíssima com os menores. Figuras marcantes, Mateus, Naomy, Maiara... Meninos e meninas lindos. Inês, Andrew e eu, ficamos meio perdidos na chegada, sobre o que fazer. Mas logo em seguida, os queridos, Alice, Michele e Gustavo, que com muita criatividade, transformaram a manhã em muita cor e alegria. A idéia principal era visitar dois abrigos, nós, porém, continuamos no abrigo 19. Percebemos a carência de ajuda por ali. Muitas doações chegavam, e pouca gente pra ajudar a organizar tudo. Mas o povo era perseverante e incansável. Enfim, saí de lá renovada, uma experiência de vida, EXCEPCIONAL. Estou disposta a um próximo encontro. Rever aquelas crianças que imploravam, grudadas ao portão pela nossa permanência ali foi bom demais. Contei a experiência a amigos e muitos se empolgaram.
Parabéns pela iniciativa.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Suba a Serra, leve amigos e ainda seremos poucos


Maria Inês Carvalho Gouveia - Voluntária do Suba a Serra Brincando

Teresópolis, sábado, 29.01.2011

Éramos seis e previsão de visitar dois abrigos. O abrigo da manhã, cativante, receptivo, afetuoso, e muita doação de roupas a organizar. Nós brincantes nos dividimos entre brincantes e ajudantes de caminhões que chegavam e saíam! Impressionante! Voluntários? Poucos. Aplausos aos dez adolescentes, meninos e meninas que estão lá há 15 dias carregando e descarregando donativos, fazendo a peleja menos árdua, o trabalho vira festa. A cada caminhão que chega: "vamos começar tudo de novo! rsrsrs". Precisam de muitas e muitos mais voluntários; os adultos trabalham e os adolescentes retornarão às escolas, isto é preocupação. Estamos nos organizando para voltar, com poucos perecíveis, para que não se estraguem por falta de espaço para conservação, mas sempre com muito afeto, atenção, paciência, dedicação e carinho, que crianças e adultos têm a receber e a dar! Saímos de lá abastecidos de tudo, fé renovada, e a certeza que Terê aguarda você.

Fomos eu, Auri e Andrew. Lá encontramos Alice, Michelle e Gustavo. Eles são excelentes, interagimos super bem. À tarde, meio grupo foi para o abrigo 29, e outra parte continuou no19. Muita coisa a fazer e a brincar. As crianças querem atenção, e acredito que estejam recebendo, pois também têm muito amor a nos dar. Gente! Que loucura! Muito a fazer.
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ALGUNS CUIDADOS PARA BUSCARMOS UMA BOA PRÁTICA EDUCATIVA

SUBA A SERRA BRINCANDO 

·        Temos clareza de que a tragédia da Serra – natural-cultural-política-institucional – foi e continua a ser impactante para a vida e as cidades da região serrana.
·        Estamos, no entanto, empenhados, em aliviar, de uma certa forma e nos limites de uma ação voluntária, a situação das crianças e adolescentes que estão vivendo em abrigos, mediante a realização de ações de caráter educativo.
·        Estamos cientes dos limites de ações voluntárias nestas e em outras circunstâncias, pois sempre há risco de não continuidade e de criação de oportunidades para ações simplesmente de caridade, o que não é nosso caso, em absoluto.
·        Nestas circunstâncias, diante da impossibilidade de outro tipo de ação, nossa intenção é correr o risco de levar adiante a nossa Rede, mas com consciência quanto aos seus limites e possibilidades. Daí assentarmos nossa prática num trabalho coletivo para planejarmos e avaliarmos a ação como forma indicada para sanarmos nossas dúvidas e inquietações.
·        A parte que nos cabe é referente à prestação de serviços educacionais, incluindo o oferecimento de materiais e recursos que pudermos conseguir, mediante doações, para sustentar nossa ação.
·        Cada voluntário e o grupo em seu conjunto há de ter clareza de que há uma concepção de educação sustentando a sua/nossa ação.
·        A educação em circunstâncias normais não muda sozinha a sociedade. Muito menos numa situação de calamidade como a que estamos nos propondo enfrentar.
·        Dada a natureza do trabalho, brincar com as crianças será uma atividade bastante comum. E o voluntário que a desenvolver junto ao grupo deverá ter clareza de que "Brincadeira é coisa séria". As brincadeiras carregam uma série de conceitos e subjetividades, o que exige que sejam cuidadosamente planejadas.
·        Cada voluntário deverá se preocupar em estar preparado (emocionalmente, tecnicamente e criativamente) para o desenvolvimento das brincadeiras. A tarefa nem sempre é fácil. Trocar ideias com o grupo será sempre salutar para buscar subsídios e trocas.
·        Nesse sentido, os relatórios serão instrumentos fundamentais não apenas para acompanhamento das ações desenvolvidas como para o aprendizado recíproco que deve se constituir em característica do grupo.
·        Para todos os atores que engendram este cenário, uma atenção especial deverá ser dada ao fato de que nem sempre as crianças e jovens (adultos também) estão preparados para uma adesão imediata à atividade que o voluntário propõe. É preciso boa vontade e o desenvolvimento de estratégias criativas (previamente planejadas) e sinceras para que o desenrolar não seja frustrante.
·        O fato de sermos atenciosos e humanitariamente comprometidos com o público a que estamos atendendo não significa que apenas carinho resolve a situação (apesar de ser uma premissa a forma afetuosa de tratamento a ser empreendida).
·        Cada criança e/ou adolescente atendido por nós não deve ser visto como merecedor de nossa piedade, mas, sim, encarado e respeitado como cidadão que tem direitos.
·        Não é por estarem em situação de extrema penúria que podemos oferecer algo menor ao público atendido, num pensamento totalmente equivocado de que, se não têm nada, qualquer coisa é bem-vinda. Em absoluto! Com eles deve ser trocado o melhor de cada um de nós.
·        A realidade de cada qual deverá ser inteiramente respeitada, sem que haja imposições de nossa parte. A prática, portanto, há de ser referência para a ação.
·        Não se trata de prestar caridade no sentido de apenas oferecer carinho e atenção às vitimas.
·        Nosso comportamento deverá ser sempre acolhedor, cuidadoso, porém pouco invasivo, evitando saturar as pessoas com perguntas acerca de seus dramas e tragédias.
·        Cada voluntário deverá prestar o melhor atendimento dentro de sua especificidade de ação (competência técnica, portanto, é o que há de melhor a ser ofertado ao nosso público atendido).
·        Nenhuma promessa deverá ser feita se não houver certeza plena de cumprimento da mesma.
·        Em caso de dúvidas não deveremos agir sem consultar o grupo.
·        Conflitos de qualquer natureza devem ser evitados em relação aos responsáveis pelos abrigos.
·        Qualquer problema ou dificuldade para realizar o trabalho deve ser imediatamente comunicado à coordenação do grupo.

CUIDADOS ESPECIAIS QUANTO AO REGISTRO DAS ATIVIDADES


·        Um cuidado especial deve ser dedicado ao registro (fotos e filmagens) de nossas atividades.
·        Necessariamente, precisamos observar a legislação (o ECA, principalmente) no que diz respeito à integridade de crianças e adolescentes que não podem ser alvo de espetacularização, especialmente, nessas circunstâncias da pós-tragédia e do abrigamento.  Isso não quer dizer que não se possa fotografar ou filmar. O bom senso deve prevalecer no momento do click ou do "rec". 
·        Tais registros são importantes de acontecer para, com sua divulgação, mobilizar outros voluntários. No entanto, devem ser feitos de forma discreta, sem que ignoremos o incômodo (verdadeiro e justo) dos sujeitos (abrigados) que se encontram em situação de extrema fragilidade.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Campanha de Recreação com Crianças e Adolescentes na Serra

Car@,

Todos nós estamos sensibilizados com a tragédia da Região Serrana do Rio de Janeiro. Diferentes setores da sociedade e dos poderes públicos estão se mobilizando para minorar os efeitos da crise. Além do grande número de vítimas fatais, temos a situação de milhares de desabrigados e desalojados nas cidades serranas. Uma das conseqüências da situação de abrigamento é o estresse causado pela falta de atividades que atinge especialmente crianças e adolescentes. Pensando nisso, um grupo esteve na cidade de Teresópolis neste último sábado, 22.01, para sondar as autoridades locais sobre o interesse e viabilidade do desenvolvimento de atividades recreativas para crianças e adolescentes em situação de abrigo na cidade. Nesta ocasião o grupo levou brinquedos e material de recreação que foram distribuídos em três abrigos indicados pela Defesa Civil, sendo que num deles passaram uma agradável tarde de brincadeiras com cerca de 40 crianças.
A representante da Defesa Civil com a qual conversamos disse que não há qualquer tipo de trabalho de recreação coordenado para os abrigos. A prioridade do poder público e da sociedade civil tem sido a atenção emergencial – distribuição de donativos, atenção à saúde, cadastramento para moradia, etc. Há 33 abrigos cadastrados pela Defesa Civil na cidade de Teresópolis dos quais obtivemos a lista de endereços e contatos. Constatamos que os responsáveis pelos abrigos estão se esforçando para promover atividades com crianças e adolescentes, porém, faltam recursos humanos e materiais para isso.
Diante desse cenário estamos propondo a criação de uma rede de voluntários para realizar atividades recreativas com crianças e adolescentes nesses abrigos. Você pode embarcar nessa proposta conosco! Estamos cadastrando pessoas que tenham disponibilidade para viajar por conta própria para Teresópolis e realizar atividades nos abrigos cadastrados. Montaremos grupos segundo os dias de disponibilidade e atividades a serem desenvolvidas. Os grupos, atividades e escala de visitação aos abrigos serão organizados de acordo com as informações de uma ficha que segue no final desta mensagem. Faremos contato com cada voluntário para confirmar o dia da atividade conforme sua sugestão na ficha e informar quem mais comporá o grupo do dia. Pedimos que você preencha a ficha e nos envie para o e-mail: recreacaovoluntaria@gmail.com. Os grupos terão que se organizar para passar nos locais de coleta de doações com antecedência para buscar o material que será levado para Teresópolis. É imprescindível que todos os voluntários sigam primeiramente ao Ginásio Pedrão onde está centralizado o cadastramento de voluntários. Só depois disso é que se pode seguir para os abrigos indicados.

Também serão necessárias doações de materiais para as referidas atividades, tais como: brinquedos para diversas idades e em bom estado de conservação; livros infanto-juvenis; massa de modelar; giz de cera; lápis de cor; hidrocor; cartolina; papel para desenho; papel dobradura; cola colorida; bexiga (balão de encher); tinta facial etc. O material recebido em doação será distribuído aos abrigos através da própria rede de voluntários criada por todos nós. Essa lista é apenas uma sugestão, outros itens para recreação são bem-vindos.
As doações podem ser entregues nos seguintes endereços:

NITERÓI:
Rua Dr. Nilo Peçanha, n. 95, Ingá – Portaria

RIO DE JANEIRO (enviar aos cuidados do Instituto Ler é Abraçar)
Rua Pinheiro Machado, 47 – Laranjeiras

Segue abaixo a Ficha de Voluntário
Nome completo:
Telefone:
E-mail:
Atividades que pode desenvolver:
Tem carro próprio disponível para viagem? ( ) sim ( ) não
Dias disponíveis entre janeiro e fevereiro para subir a serra (por meios próprios):
Dias disponíveis para fazer triagem do material arrecadado:
* Envie a ficha e mensagens para o e-mail: recreacaovoluntaria@gmail.com


Contamos com a sua colaboração para esta campanha de solidariedade.

Assinam:
Ana Karina Brenner (Doutoranda USP)
Daniele Monteiro (Rede Municipal de Educação de São Gonçalo)
Carlos Possat (Arquiteto)
Paulo Carrano (UFF)
Rona Hanning (Instituto Ler e Abraçar)